terça-feira, 22 de julho de 2008

Pela madrugada vou escrevendo...

O que motiva alguém a escrever na madrugrada (são 03:20) da segunda pra terça? A simples vontade de escrever, talvez. E, pelo menos pra mim, é nesse horário em que eu estou com a cabeça no melhor dela! Logo após pensar em escrever, já surge uma dúvida: sobre o que escrever? Sobre o cotidiano, uma fábula... um poema, quem sabe? Não! prefiro apenas escrever. Deixarei fluir o pensamento e verei, ao final, o resultado obtido.

A prática da escrita é de grande importância, mas a leitura é mais ainda. Confesso ser um leitor-mirim. Daqueles que, ao encarar um livro que possua mais de 2 cm de espessura, já entorta o nariz. Já passei pela época em que as figuras contidas no livro me interessavam. Primeiro me interessavam porque ajudavam a melhor compreender a leitura, completavam os meus pensamentos. Segundo porque, nessa época, a leitura não me agradava mesmo e eu não via a hora de o livro terminar. Nesse caso, as figuras ajudariam, pois seriam páginas a menos para se ler. Até que nesse ponto eu mudei. Minha imaginação tornou-se auto-suficiente. Ela é capaz de ilustrar qualquer romance, desde que eu o consiga interpretá-lo. Caso não consiga, nem prossigo com a leitura. Não foram raras as vezes que isso ocorreu. É muito chato, mas não me deixo abater.

Como já disse, sou um leitor emergente, se assim puder me considerar. Estou aos poucos, adquirindo um gosto, saboroso, pela leitura. Não me importa o autor, sua fama, sua nacionalidade. Tampouco me importa a espécie do livro: se é um romance, um mistério, de poesias, crônicas ou mesmo um livro de piadas. Sou pouco seletivo quanto a isso. O que é bom, já que cada um possui sua especificidade, que o torna único. Aceito sugestões de leitura, desde que seja inteligível, por favor! Nada de leituras complicadas, rebuscadas demais. Quero uma leitura suave, com palavras mais ou menos conhecidas. Quero uma leitura envolvente, que me faça perder horas deitado na rede (onde costumo ler), que me faça deixar de sair para ver o mundo lá fora, uma vez que o mundo lá dentro (do livro) está mais interessante.

Já deixei claro o meu perfil de leitor. Agora passarei para a música. Assunto crítico, que divide opiniões. Polêmico, pois eu represento uma minoria no que diz respeito meu gosto musical. Ele não corresponde com o local onde moro. E quem disse que precisa haver essa correspondência? Que absurdo!

Para a música eu já sou mais seletivo. Há algo que me atrai nas músicas. A letra, pra mim, não é a primeira característica que eu observo. Muitas vezes canto sem nem saber a razão pela qual aquela letra foi composta e sei da música decorada. A sonoridade, talvez, é algo que me prende a atenção. A maneira como as notas são tocadas e a maneira como elas interagem com o meu cérebro é algo interessante. A voz é fundamental; a letra nem tanto. Quando se tem um música com uma letra forte, de protesto, a voz não me agrada. Quando se tem uma voz excelente e uma letra vazia, eu suporto. Prefiro o efeito que a suavidade de uma voz me causa a um efeito que uma letra engajada me causaria. Poderia até pensar que a letra, nessas situações, não necessitaria exisitir, havendo apenas alguém cantarolando ou assobiando. Por incrível que possa parecer, não gosto de músicas instrumentais. Qualquer demonstração de articulação vocal deve existir, mesmo que seja de uma pessoa lendo uma receita de bolo... não importa!

Essas características eu encontro na MPB, no Reggae e até em certos ritmos considerados "Rock" (não faço o tipo metaleiro). Muitos não entendem como eu não posso encontrar a minha paz de espírito escutando um forró, um axé, entre outras desgraças musicais. É verdade, não consigo mesmo. E eu não consigo compreender como eles conseguem. Nessa confusão toda, em que ninguém entende ninguém, e que é bastante normal do comportamento humano, a vida prossegue. Eu sem entender a filosofia dos pagodeiros e eles sem entender meu gosto musical!

Tendo terminado este texto que nem se encaixa em uma categoria, sinto o sabor do dever cumprido, e até um pouco comprido, se comparado às últimas publicações (em especial a última). Já são mais de 4 horas da manhã e a mente começa a pedir descanso. Vou mudar o campo de atuação da minha imaginação. Sonhar também faz parte do enriquecimento como pessoa. Mas sobre isso eu falarei noutra oportunidade!

Só para fechar: percebem como o gosto musical gera mais confusões do que um gosto "leitural"? Engraçado, né? Pensem nisso!

Até não sei mais quando!

2 comentários:

Thiago Mariz disse...

Engraçado como nossos estilos de escrever são diferentes. Você consegue interagir com quem lê e eu não. Até tento, mas é uma interação sutil.

Sobre o texto:
Eu gosto quando você escreve, porque é um dom que tu tens e eu já disse isso. Então, mesmo quando tu estás falando sobre "a receita de um bolo" é legal, pois eu fico na expectativa de que tu evoluas e perceba que é pra isso que tu nascestes e, então, resolva realmente escrever algo considerado "literatura".

Música engajadas só são legais se forem músicas boas, porque engajamento nas palavras são coisas tão fáceis, não?


Muito bom ver você falando sobre você mesmo...

Maíra D disse...

Gostei, a maioria dos meus textos sao em momentos assim... quer uma dica de livro? "memórias de minhas putas tristes" Gabriel Garcia Marquez... é fininho, mas é excelente. foi o primeiro que me veio a cabeça depois da sua auto-descrição de leitor.
nao vou me deter a um ponto do seu texto, e sim a ele ao todo. tambem me identifiquei com esse seu texto, e bastante.

=*